20 junho 2008

Portugal

… o nosso país. O meu, com muito orgulho, o deles, talvez nem tanto, e o dos outros, por adopção ou conveniência. Um dos países mais antigos da Europa, que absorveu gentes de várias origens: Fenícios, Gregos, Cartagineses, Romanos, povos nórdicos e da Mauritânia. Vivemos num país como poucos: a natureza decidiu premiar-nos. Em Portugal podem encontrar-se algumas das mais bonitas praias da Europa, muito sol e uma temperatura amena durante todo o ano, ilhas da mais profunda beleza, uma gastronomia única, vinhos de altíssima qualidade… enfim, um mar de outras coisas. Sabemos fazer de tudo um pouco, exportamos tecnologia, vestuário, cortiça... A NASA tem pelo menos um fornecedor nacional ao nível das tecnologias, inventámos o pagamento de portagens sem ser necessária paragem, inventámos e fabricamos componentes de motores de aviões comerciais, etc. É preciso mais, mas também é preciso saber reconhecer o que temos… e é isso que falta a muitos “portugueses”. Deparo-me constantemente com pessoas que baixam os braços à mínima dificuldade e sonham em partir. Ao invés de virarem as costas aos problemas, sugiro que façam algo para melhorar o que temos e o que têm. Inovar, investir, arriscar… e deixar de fazer sacrifícios financeiros para estar na moda ou até para ir a um concerto. É impressionante a quantidade de pessoas supostamente sem posses que levam uma vida de luxo (ou, pelo menos, a parte “visível” dessa vida). Também é verdade que estamos a atingir um nível económico cada vez menos favorável, que tende a agravar-se com a pior crise espanhola desde 1993, que nos irá trazer consequências ao nível das exportações, dada a nossa dependência dos vizinhos do lado. É verdade que o país já esteve melhor… mas mesmo nessas alturas não deixávamos de criticar tudo e todos, de baixar os braços e de sermos pessimistas. Nas minhas viagens pelo mundo (Canadá, E.U.A., Japão, Brasil, Angola, Marrocos, Tunísia, cidades europeias, etc.) já vi muita coisa pior e muito pior do que por cá. Ao que apelidamos de "bimbo", por lá também existe, mas com um estilo diferente, afinal a cultura é outra. Ainda muito tenho para ver... e ainda não vi o “muito melhor” de que se fala. Aos que sonham partir só me resta dizer que não se iludam. Tudo na vida tem vantagens e desvantagens. De facto, há quem tenha muito e viva no estrangeiro… mas dos relatos que tenho recolhido, a vida nunca foi fácil. Existiram muitos sacrifícios e só ao fim de muitos anos houve retorno.

12 junho 2008

A minha próxima vida...

"Na minha próxima vida quero vivê-la de trás para a frente. Começar morto para despachar logo esse assunto. Depois acordar num lar de idosos e sentir-me melhor a cada dia que passa. Ser expulso porque estou demasiado saudável, ir receber a pensão e começar a trabalhar, receber logo um relógio de ouro no primeiro dia. Trabalhar 40 anos até ser novo o suficiente para gozar a reforma. Divertir-me, embebedar-me e ser de uma forma geral promíscuo, e depois estar pronto para o liceu. Em seguida a primária, fica-se criança e brinca-se. Não temos responsabilidades e ficamos um bébé até nascermos. Por fim, passamos 9 meses a flutuar num spa de luxo com aquecimento central, serviço de quartos à descrição e um quarto maior de dia para dia e depois Voila! Acaba como um orgasmo! I rest my case." Woody Allen